15 de fevereiro de 2011

Luzes da varanda

Essa noite passei acordada, sentada na varanda, vendo as luzes se apagarem. Por mais que eu queira, que deseje do fundo de minha alma não deixar que meu ser sinta as luzes se apagando, é impossível não ver, impossível não sentir...
Cada luz que sumia transformava um espaço com vida em algo negro, onde nada é capaz de se ver, sentir, sonhar. Sentia como se alguém tivesse atirado algo em minha direção e por pouco não acertado. Cada luz se apagava era um susto, mais um pedaço escuro, mais um sussurro dizendo não.

É estranho ver, sentindo cada vez mais aquele breu indo em minha direção. Difícil lidar diretamente com um medo, de um momento para o outro ser obrigado a se tornar herói de uma guerra que nunca desejei que existisse, implorando para ser o mais forte que poderia, e percebendo que toda essa força não seria suficiente.
Sempre deixei meus medos serem mais fortes, perdi muitas daquelas guerras, mas nunca desisti das lutas. Por mais que eles sejam mais fortes nunca deixei eles dominarem minha realidade. Mas dessa vez não há motivos para lutar, não há guerra, muito menos vontade de esquecer esse medo... Mas todos dizem que tenho q ser forte, que tenho q lutar, que só assim tudo irá passar...

A vontade que tenho, ninguém é capaz de entender, também quero que tudo passe, realmente desejo do fundo de minha alma que tudo isso acabe, mas e depois? O que virá?
A cada noite sentada naquela varanda, vendo as luzes da noite, um dia tenho certeza que não irei me assustar mais, que uma hora ou outra aquele breu que fica no ar vai desaparecer e deixar que a luz da lua me deixe enxergar. Mas confesso que as vezes mesmo não sentindo tanto medo ainda dói muito e vai continuar doendo ao ver que aquele brilho não existe mais...

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