Nesse fim de domingo resolvi arrumar a bagunça do meu quarto.Me deparei com roupas perdidas, brincos sem par, folhas e folhas de papéis sem utilidade,e encontrei perdida no fundo do fundo "a caixa"!
Em menos de um minuto, enquanto resolvia se pegava a caixa ou fechava a porta, todas as lembranças, as lágrimas,a dor insuportável veio a tona.Um medo de abri-lá e de recordar todos os momentos...
Como já estava quase tudo arrumado, todos na casa já haviam se deitado, encostei a porta do quarto e resolvi abri-lá. Só de tirá-la do guarda-roupa meu peito se retorcia como se estivessem me torturando...
Fui espalhando pela cama cada detalhe...As fotos reveladas, os papéis de bombons que tanto gostava, o caderno com as cores prediletas (não tive coragem de ler o que ali escrevi, seria tortura demais pra mim).Entre todos, o álbum de fotos com colantes e fotos faltando não era o que mais doia, perdido e separados lá no fundo da CAIXA encontrava-se o meu favorito: um par de chaveiros com desenhos e nomes gravados que se encaixavam perfeitamente, mas que ali na caixa se repeliam como se fossem agua e óleo. Cada objeto que tirava era como se passasse um filme em frente aos olhos.
A cena a seguir se alguém visse choraria junto...
Fui recolhendo as fotos espalhadas, colocando no álbum uma a uma revivendo aqueles sorrisos e abraços. Joguei no lixo os papeis de bombons e fui enfiando no saquinho de pano branco com fitinhas vermelhas tudo que tirara da caixa.
Ficou por ultimo os chaveiros... Impossível não olhar para o casalzinho dos desenhos e não se encantar. Colocá-los juntos já não fazia mais sentido, era estranho, frio, pesado e doloroso.
Mas enfim joguei o que faltava no saquinho e amarrei três vezes ou mais. Deixei a caixa aberta e lá na ultima gaveta bem lá no fundo do guarda roupa foi onde depositei todas as lembranças que ainda restavam...
Reabrir a CAIXA naquela noite, ao mesmo tempo que doloroso, foi confortante. Após um tempo quando alguns sorrisos já se ensaiam, não existe nenhum outro sentimento que desperte a não ser a saudade daquele ano com momentos bons.
Olhar a própria vida e ficar feliz pelo fato de ver que fui capaz de ser forte, coisa que não acreditava, é como se fosse uma vitória. Difícil dizer que naquele domingo eu dormi bem, sem lembrar de tudo o que passou, o antes e o depois, o que foi bom e ruim, o que fui e o que aprendi, sem entender o que me tornei e o que hoje desejo pra mim.
#Apesar dos pesares, dedicado em memória daquele ano que amei e fui amada, em que tudo mudou...
[ E o mundo gira devagar... E o tempo é só meu, ninguém registra a cena, de repente vira um filme todo em câmera lenta...]
#Feliz demais, seguir a minha vida da forma que sempre sonhei foi a melhor escolha que fiz!
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