Eu poderia passar horas aqui escrevendo sobre o tamanho da vontade que tenho de sair. O problema é que só agora percebi que estou trancada em mim!
Olho essa janela e vejo apenas vidas que não são minhas, sonhos que não são meus, desejos que não fazem parte do que sou...
Estar trancada pela minha própria vontade é assustador. Sei que posso sair quando eu quiser, mas não existe nada lá fora que me motive a sair de onde sinto-me protegida. Lá fora o mundo é outro, perderei todo o controle que tenho sobre o mundo , o meu mundo. Lá fora a dor é mais forte, o silêncio é doloroso e tudo o que você faz muda tudo a sua volta. E como saber que está fazendo o certo? Pois então, não há como saber... Será sempre a incerteza dos atos , dos momentos, das dores...
Ficar trancada em meus pensamentos, em meu mundo torna tudo mais fácil, mais simples e sei que não terei surpresas, só que isso já não satisfaz os sentimentos, porque esses, mesmo em meu mundo, eu ainda não tenho o controle. Os sentimentos me impulsionam para fora dessa janela e o medo a tranca, não deixa que eu cometa a loucura de me jogar na vida.
Vivo esse conflito, escondendo sorrisos, engolindo lagrimas, querendo pular dessa janela e me jogar nos desejos, porém a razão me prende, me esconde, diz que tudo fica mais fácil quando se tem o controle.
Mesmo que eu queira o controle, a surpresa do amanha me atrai. O que seria da vida sem os sustos que nos tiram do estático, que nos impulsiona para o futuro?
Mas só eu tenho o poder de abrir, só eu posso desistir da prisão, somente eu posso me trancar do lado de fora da janela e jogar a chave fora...
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