17 de abril de 2012

Um Ser e o Sentimento do Mundo

Os dias não têm sido fáceis. Mesmo colocando o blog em reforma sinto uma vontade enorme de escrever, jogar para fora o que me sufoca. Sinto como se estivesse numa caixa de vidro, fugindo de tudo, todos, qualquer, tentando afastar-me do que faz mal.
No entanto, percebo que ao mesmo tempo que me fazem mal, algumas dessas coisas / pessoas, sentimentos, situações / me fazem bem, me deixam feliz, me tiram sorrisos e isso fica incompreensível para meu pequeno ser.
Como deixar de levar comigo, como não continuar dando de mim aos que tanto amo, que aprendi a amar, admirar?
Somos humanos passíveis de erros, acertos, não tenho como julgar senão pelos meus valores. Estes, tão rígidos, onde busco um meio-termo. O fato de achar que todos agirão de forma correta, de transferir para minhas costas as responsabilidades do mundo, de me preocupar ate com quem não se importa, torna o incrível milagre da VIDA um fardo tão pesado que não me dá o prazer de viver o presente...
Resolvi então buscar palavras de imortais. Tentando humildemente respostas para esse vazio infiltrado.


" Estou preso a vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
(...)
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente."


Entendo Drummond, sendo que independente do futuro, de quanto tempo leve para chegar ao final, estar sozinho não é a solução. Não se vive sozinho neste mundo, para isso existe família, amigos, companheiros."Vamos", uma ordem para seguir em frente. Viver, vivendo, aprendendo, chorando, sorrindo, amando.

" Que pode uma criatura senão,
Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer,
Amar e mal amar,
Amar, desamar, amar?"

Amo tanto, que por amar tanto, erro. Preocupo-me tanto, que de tanto cuidar, sufoco. Afasto-me tanto, que por não querer que sofram junto, faço sofrer.


/Noites em claro, derrubando o mundo pelos olhos, fazendo sofrer quem tanto amo, mesmo me abrindo os olhos./

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